sexta-feira, 21 de junho de 2013

Tempo


Pelo horizonte ao longe do eu,vejo a narrativa do tempo tecendo seus caminhos.E por um 
caleidoscópio de cores ainda sem nome,seus traços tem a firmeza de um repertorio infinito 
de sentimentos.Mas como seguir desapercebido a tudo isso?Ousaremos ir ao encontro de nós 
mesmos?Arriscaremos a pisar o chão do outro como quem pisa a própria casa?
Dos trabalhos do dia de sempre a difícil tarefa de reconhecer-se.Ora despindo-se das roupas pesadas de funcionalidades inúteis, ora ouvindo pelas múltiplas origens as vozes adormecidas em nós.Percebendo-se único,percebendo-se belo e  pela grandiosidade de apenas ser, a inexplicavel potencia no milagre de ser encontro.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Caminho

Pois arriscar significa sair da situação atual e ir alem...mas este alem pode ser o tudo ou ao nada ou ainda "o nada será como antes".Partindo da premissa que nascemos e morremos diariamente ,e nos reinventamos face a cada alegria e tristeza, o arriscar perde-se o sentido, e fica claro que viver já é arriscar.A transformação faz parte da vida e impedir esse processo nos coloca a margem da própria vida, nos deixando na superficialidade de um estado de "não ser".Mas o presente do hoje nos convida a ação e pelo nosso movimento desenhamos nossa identidade, nossas escolhas,a capacidade que temos de ousar um novo passo, um caminho... possivelmente mais afim com nosso eu que incessantemente se renova a cada dia no milagre da vida e da morte.É nesse sentido que falo.E falar é sempre muito difícil, falamos com facilidade sobre as coisas mais boçais e desimportantes, mas raramente o essencial é dito.Dizer o essencial significa se despir de mascaras e ficar nu frente ao julgo do outro, que nos verdadeiros momentos de escuta carrega em mãos a nossa temida fragilidade.

sábado, 15 de junho de 2013

0.20

Eu sou uma apaixonada pelos anos 60, apaixonada pela 
efervescência cultural e ideológica que emanava daquela época 
tanto artisticamente quanto politicamente...Os personagens desse 
período realmente se percebiam enquanto agentes da própria 
historia...Pessoas que a partir de suas ações poderiam mudar o 
mundo...A quem diga que foram românticos, a quem diga que foram 
militantes, eu digo que foram VIVOS.E pertencentes ao mundo que
os cercavam, interagindo,participando ,buscando transformar...As
pessoas, os jovens e os cidadãos tinham um sentimento de
pertencimento e comprometimento que ficaram pra trás com a famosa
pós-modernidade...Nostalgia e saudades dessa utopia, são palavras que
acompanham aqueles que atentamente olham pra trás e não conseguem
identificar tais características no presente...Mas por que tudo
passou?Aonde estão essas pessoas?Será que os trágicos Anos de Chumbo
conseguiram destruir nossa humanidade?Por que não se trata de
cidadania somente... trata de humanidade, de solidariedade e de se
entender parte... só existimos na relação, meu amigo, seja ela familiar ou
social...que diabos de alienação nos mantinha na inércia de nossa
própria vida?O poder midiático nos paralisou a ponto de não mais
sentirmos?A industria do consumo nos doutrinou a sermos escravo
da nossa vaidade e das bugingangas que tanto nos mascarava?O outro continuaria a ser um inimigo enigmático diante de nossa fragilidade existencial?
Mas somos herdeiros sem religião, somos o futuro da
nação...a geração coca cola se manteve na burocracia buscando
unicamente sobreviver nessa selva pós moderna de mentiras...Mas hoje algo mudou...Hoje algo soa diferente...A narrativa de nossas vidas plurais convidam como pauta principal algo COMUM a todos...Será que finalmente saímos de nosso casulo de verdades impostas?Mas continuam querendo diluir o poder de nossas vozes... ora mudando o foco de nossa principal discussão...ora criando com suas mascaras alienantes a vergonha, ao nos atribuir a condição de vândalos...Mas finalmente estamos começamos a nos enxergar enquanto seres que compartilham uma mesma situação...E finalmente nos incomodamos com ela...E finalmente dialogamos...E finalmente juntos resolvemos agir...Numa realidade mágica que nem mesmo os mais fiéis a utopia pensasse que um dia pudesse acontecer...
Será que por caminhos diversos reencontramos a humanidade perdida do
agir?Preenchendo as ruas com nossas vozes há muito caladas...Ousando a ser sonho,ousando a ser vontade e SENDO POTÊNCIA...numa realidade inóspita mas pronta para ser transformada.

sábado, 8 de junho de 2013

Luz


De tudo fez-se nada e o resto é a infinitude do tempo tecendo suas respostas.O gosto seco das ações sem movimento perdidas pelos descaminhos da razão e do medo.A interrupção invade o espaço como um raio e o desencontro carrega suas dores pela simplicidade do não ser.Nesse momento,o horizonte desafia nosso olhar pela sutileza imperceptível do sentir, ficando a certeza que não se é mais o mesmo.