sábado, 30 de julho de 2016

Alma

As minhas mãos estão vazias e meu coração derrama.Pelo gesto na hora errada,pela palavra não dita, pelo silêncio compartilhado no medo.Medo que paralisa e inutilmente tenta conter o tempo prolongando o estado de pertencer ao tudo e ao nada no infinito adormecido do nós.Pela incomunicabilidade na tentativa frustada de ousar ser voz ,na delicadeza de ser pequeno, na tentativa de ser doce,na fragilidade de ser afeto.No enigma de ser quietude, na grandeza de ser compreensão, na dor de ser morte.Mas é preciso ousar movimentar -se na coragem de ser concreto,na força de transpor o sim e o não na poesia de verbo inteiro.E preciso alargar-se nos limites do corpo,que por ora é alma frágil na tentativa de tocar o céu do seu eu e o grave de suas sombras que te prendem nos caminhos de sempre.É preciso ser voz que fala.É preciso ser corpo que ocupa com a leveza do existir sonho.É preciso ser alma que perturba. É preciso ser vivo que grita na utopia de ser verdade .