terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Viva! A VIDA é uma festa!
Impossível falar de vida sem falar de tempo.Impossível falar de tempo sem falar de finitude.impossivel falar de finitude sem recorrer a mitologia de Cronos.Cronos,Saturno, Deus do tempo e da agricultura.E o que seria a agricultura se primeiramente o lugar delimitado a um espaço de produção e trabalho.A expansão nômade dava lugar a produção da subsistência fixa.Durante muito tempo,lutei contra o limite.Confesso q a expansão sempre me soava mais atraente.Mas do alto de quase quarenta anos ,percebo q limitar pode ser um aliado prévio a expandir, não na imensidão do todo , mas no contorno do esboço do eu. A consciência do limite da vida nos impulsiona a vive lá intensamente, ou deveria, a perseguir a verdade visto o limite do corpo, do tempo e das oportunidades. TUDO passa, implacavelmente Cronos devorou seus filhos numa tentativa de manter se no poder.Mas curiosamente gerou aqueles que os destronaria O tempo nos convida a entrar em contato com as mortes,com os mares profundos da psique e com as possibilidades estendidas do mundo.Pelas brechas da engrenagem do tempo conformamos a crueldade da finitude e transpomos a vida, que se desdobra em mais vida num inacabável memorial de afeto .Somos o tempo, mas somos seus filhos também.E sem sombra de dúvida não precisamos ser devorados.E exatamente isso que trata Coco, a vida é uma festa.Pela iniciativa expansiva de Miguel, ele ousa olhar o mundo além das paredes de sua familia,lar feito de memórias , de contato constante com os mortos,numa repeticao da tradição,sem a vida autêntica necessaria a transforma la numa identidade pertencente a todos, num caminhar saudavel de reinvenção de si e a td que os constitui.Todos precisavam caminhar, Miguel deu o primeiro passo.. Miguel com a flecha do centauro ousa ir para o mundo e para outros mundos explorar sua escolha e encontrar seu eu.Mas curiosamente seu eu não era constituído só, como num emaranhado de existências que se entrelaçam em encontros de sangue, ele não estava sozinho. Ele era toda a ancestralidade que o constituía. Ele era o presente,era o passado e o agente de transformação de um futuro q junto com ele tinha toda uma história submersa nos mares revoltos da vida e da morte.Era consciência e inconsciência construindo seu caminho plural limitado pelo tempo e expandido pela ousadia de ir além do agora imutável.Era o nos transcendendo o tempo era o reencontro da existência dos inumeros prévios de mim no mundo do eu.A linguagem para além das palavras , a musica, só ela nas ondas da comunicabilidade deu asas a escuta do coração.E como que num momento mágico,os filhos de Cronos novamente cumprem seus destinos, juntos.O fim tem brechas que só o tempo pode gerar.E a vida, essa sempre será uma festa!