segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

De fevereiro de 2018 ( peguei das lembranças do facebook)

Ouvir os fluxos do agora, ler o silêncio de alguém, ser tocado pela história que não é sua mas que no fundo também é, pq
sempre é.Somos coletivo brincando de ser individual.Somos um, brincando de ser dois.Somos paredes impenetraveis pela
vontade de controlar o que nunca esteve em nossas mãos.Para que?Para que catalogar vivencias rasas em scripts
compartilhados na web da antiguidade de sempre.Para que ser vencedor, ou antivencedor?Para que a busca desenfreada pela
vontade de consumir um mundo que ja habita em nós.Que os atravessamentos de sempre não nos angustiem, mas que permitam
entender meu lugar.Lugar de passagem, lugar de chegada e de saida, lugar de meio, de entradas e travessias na inquietude
de nunca chegar.Mas chegamos sempre, chegamos no entre nós, na construção das estrela cadentes de universos e galaxias que
nascem todos os dias.Desconhecemos a grandeza do instante e almejamos a imensidão do que esta por vir.Nada virá e tudo
sempre estará a medida que estendamos nossa mão pra tocar alem de si na infinitude de dentro e de fora.A respiração do
mundo é a nossa respiração, ritmo que acelera e acalma a medida que caminhemos com passos firmes e a cabeca nas nuvens, a
medida que dançamos juntos na beleza da existência reinventada de feijão, arroz e poesia.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

CASA


Porque nossas estruturas são feitas de água. 

Na escuta do ambiente, 

nos afetamos com ruídos finos:  

ausências, lacunas, memórias, silêncios e todos os barulhos  

que venham aguçar a escuta do coração atento. 

 

Na prontidão da emoção que cria pontes e religa palavras, 

na arte de dizer o indizível. 

As vezes nossas palavras são ouvidas,  

as vezes viram poemas que se misturam a tantos outros  

arquivados na garganta da web. 

silêncio se faz voz no universo das metáforas 

pelos desenhos das imagens que pulam do papel, 

na visão daqueles que se permitem sentir.  

 

Sentir a ausência daquilo que um dia foi e não será mais,  

ou quem sabe venha a ser de um jeito diferente.  

 

A casa é a testemunha dos ausentes. 

 

Ela fala pelos que um dia estiveram aqui. 

Esperando na utopia silenciosa que voltem a ocupar seus espaços.  

ou recrie espaços com as estruturas que foram fiéis.  


A minha estrutura é o afeto. 

Ora silencioso, ora extrovertido, na construção de castelos de ar. 

A viga de concreto é a arte. 

Arte do encontro na complexidade da vida. 

Na preciosidade dos instantes,  

momentos de beleza na estética dos acontecimentos. 

Repertório de memória viva guardados no tecido do corpo.  

 

Artesã de si na engenhosidade do eu 

Que se apresenta a todo momento como se fosse a primeira vez. 

A primeira vez desestruturante no desafio do agora. 

O agora nos desafia na cadência da consciência dos ciclos. 

Somos memória, e ousamos ser estrutura, 

que não se desintegra com a consciência do vazio perturbador. 

O amor preenche o espaço interno, que ele se expanda a ponto de afetar a todos.