quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Cor


A verdade esta longe da sincronia dos apressados passos, rumo ao oprimido espaço compartilhado, na árdua tarefa de se locomover cotidianamente.Pelo movimento sem ação,pelo barulho sem voz e pela imagem sem cor, o sentido perde o sentido na aspereza de não ousar outra instancia mais viva.No horizonte do essencial perdido ao longe,o abismo do cíclico estar nada, traduz a existência preenchendo o vazio pelos  flashes de memoria ram. Pelo olhar desatento do utilitarismo feliz, esboça uma despretensiosa curiosidade mórbida, ao sentir-se estado de coisa.Coisa presa ao nome, no limite da incapacidade de ousar-se borboleta, pelo imensidão das ruas  repletas de automóveis estagnados pela falta de caminhos.Como transpor a camada de poeira, mesclada ao suor e cansaço, respirando livremente a experiencia da entrega a própria historia?Rica em suas nuances de vielas impares e vales  abandonados.Como ouvir a melodia da canção de todos os dias sem ao menos exercitar a expressão para uma possibilidade mais sensível? No mergulho as margens das máscaras, o social desvia seu rumo, nos distanciando cada vez mais da  poesia adormecida.Somos muitos e somos silencio na ousadia de um dia sermos de novo o que ainda não fomos.Adormece no amanhecer das possibilidades finitas e encara a sutileza de tocar o céu alem do olhar.No sem fim das estorias sem começo e das corridas sem largadas.E pelo  intervalo da impossibilidade palpável sentir-se meio alem da linguagem, tocando o outro na premissa de não ser perfeito, mas na utopia precisa de entender-se livre.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

"Na trincheira do caos social,esta o professor, sem voz e cansado.Mas este, sem perceber,todos os dias desvia atentamente seu olhar ao norte da utopia perdida.E é conduzido belamente,a incansável busca pelo compartilhado amanhecer colorido".

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Encontros

"A vida é a arte do encontro,
embora haja tantos desencontros pela vida."
Vinicius de Moraes

"A ousadia de se permitir encontrar é a ousadia de 
se permitir viver.Entrar em sintonia com nossa 
própria essência e aspirações profundas nos coloca 
na condição de agente de nosso tempo, artesão de 
nosso espaço.O encontro se dá em todas as 
instancias de nossa vivencia, creio que ele seja o 
responsável pela nossa verdadeira aprendizagem, nas 
reinvenções diárias diante do novo , diante do 
outro, diante de nos mesmo. Na busca pelo movimento 
do vir a ser, saímos da comodidade do "eu sei" para coragem do
"eu vou", com a certeza de nunca estarmos 
suficientemente preparados.O conhecimento é 
fluido e a linguagem nos garante a certeza da 
existência compartilhada no caos 
incompressível em sua totalidade.A arte do teatro 
nos impulsiona ao encontro, estabelecendo pela entrega a veracidade da 
comunicação viva, sempre outra sempre a mesma, numa 
aquarela de cores intermináveis.A vida latente nesse momento nos preenche trazendo a alegria de uma criança.O encontro acontece, a vida renasce,e o palco sorri...definitivamente não somos mais os mesmos."

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Relação

Só existimos na relação. Seja na relação com o mundo. Seja na relação entre o mim e o eu, diante dos sinuosos caminhos do nós.Silenciosos em sua potência particular. Ficamos exatamente ali, na fina membrana do mediar, ora consigo ,ora com os outros.Deveríamos ficar sempre em estado de prontidão, para que cada possibilidade de contato despertasse o nosso constante vir a ser, ávido por movimento e verdade.Aos atores a possibilidade de fazer do renascer cotidiano seu ofício.Desconstruindo e construindo pontes entre personagens próximos e longínquos.Na ousadia de se constituir sempre outro,sempre o mesmo, num espiral consentido pela arte de existir diante da  fé em sua atuação,exercitando a  vida em seu estado latente.Mas nas margens do lúdico, na extensão do real, no cotidiano prático de nossas estórias, ao permitirmos a renovação, vislumbramos horizontes além de nossos passos, tocando a eternidade e por alguns instantes não nos encontrando mais sozinhos.Nesse momento o milagre do encontro nos contempla como uma dádiva ou uma maldição.Não somos mais os mesmos e nunca mais seremos.Somos infinitos ainda adormecidos no leito do sentir.Da vida a ousadia da morte.Do medo a certeza do fim.Ambos encerrados num recorte preciso de escolha.Regido por nosso vetor  identidade, atemporal  e  desconhecido em sua plenitude, mas representado por sua grandeza ação.Das lembranças, a memória ocupa a constituição do tempo e a existência segue se reinventando a medida que nunca deixemos de caminhar.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Tempo


Pelo horizonte ao longe do eu,vejo a narrativa do tempo tecendo seus caminhos.E por um 
caleidoscópio de cores ainda sem nome,seus traços tem a firmeza de um repertorio infinito 
de sentimentos.Mas como seguir desapercebido a tudo isso?Ousaremos ir ao encontro de nós 
mesmos?Arriscaremos a pisar o chão do outro como quem pisa a própria casa?
Dos trabalhos do dia de sempre a difícil tarefa de reconhecer-se.Ora despindo-se das roupas pesadas de funcionalidades inúteis, ora ouvindo pelas múltiplas origens as vozes adormecidas em nós.Percebendo-se único,percebendo-se belo e  pela grandiosidade de apenas ser, a inexplicavel potencia no milagre de ser encontro.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Caminho

Pois arriscar significa sair da situação atual e ir alem...mas este alem pode ser o tudo ou ao nada ou ainda "o nada será como antes".Partindo da premissa que nascemos e morremos diariamente ,e nos reinventamos face a cada alegria e tristeza, o arriscar perde-se o sentido, e fica claro que viver já é arriscar.A transformação faz parte da vida e impedir esse processo nos coloca a margem da própria vida, nos deixando na superficialidade de um estado de "não ser".Mas o presente do hoje nos convida a ação e pelo nosso movimento desenhamos nossa identidade, nossas escolhas,a capacidade que temos de ousar um novo passo, um caminho... possivelmente mais afim com nosso eu que incessantemente se renova a cada dia no milagre da vida e da morte.É nesse sentido que falo.E falar é sempre muito difícil, falamos com facilidade sobre as coisas mais boçais e desimportantes, mas raramente o essencial é dito.Dizer o essencial significa se despir de mascaras e ficar nu frente ao julgo do outro, que nos verdadeiros momentos de escuta carrega em mãos a nossa temida fragilidade.

sábado, 15 de junho de 2013

0.20

Eu sou uma apaixonada pelos anos 60, apaixonada pela 
efervescência cultural e ideológica que emanava daquela época 
tanto artisticamente quanto politicamente...Os personagens desse 
período realmente se percebiam enquanto agentes da própria 
historia...Pessoas que a partir de suas ações poderiam mudar o 
mundo...A quem diga que foram românticos, a quem diga que foram 
militantes, eu digo que foram VIVOS.E pertencentes ao mundo que
os cercavam, interagindo,participando ,buscando transformar...As
pessoas, os jovens e os cidadãos tinham um sentimento de
pertencimento e comprometimento que ficaram pra trás com a famosa
pós-modernidade...Nostalgia e saudades dessa utopia, são palavras que
acompanham aqueles que atentamente olham pra trás e não conseguem
identificar tais características no presente...Mas por que tudo
passou?Aonde estão essas pessoas?Será que os trágicos Anos de Chumbo
conseguiram destruir nossa humanidade?Por que não se trata de
cidadania somente... trata de humanidade, de solidariedade e de se
entender parte... só existimos na relação, meu amigo, seja ela familiar ou
social...que diabos de alienação nos mantinha na inércia de nossa
própria vida?O poder midiático nos paralisou a ponto de não mais
sentirmos?A industria do consumo nos doutrinou a sermos escravo
da nossa vaidade e das bugingangas que tanto nos mascarava?O outro continuaria a ser um inimigo enigmático diante de nossa fragilidade existencial?
Mas somos herdeiros sem religião, somos o futuro da
nação...a geração coca cola se manteve na burocracia buscando
unicamente sobreviver nessa selva pós moderna de mentiras...Mas hoje algo mudou...Hoje algo soa diferente...A narrativa de nossas vidas plurais convidam como pauta principal algo COMUM a todos...Será que finalmente saímos de nosso casulo de verdades impostas?Mas continuam querendo diluir o poder de nossas vozes... ora mudando o foco de nossa principal discussão...ora criando com suas mascaras alienantes a vergonha, ao nos atribuir a condição de vândalos...Mas finalmente estamos começamos a nos enxergar enquanto seres que compartilham uma mesma situação...E finalmente nos incomodamos com ela...E finalmente dialogamos...E finalmente juntos resolvemos agir...Numa realidade mágica que nem mesmo os mais fiéis a utopia pensasse que um dia pudesse acontecer...
Será que por caminhos diversos reencontramos a humanidade perdida do
agir?Preenchendo as ruas com nossas vozes há muito caladas...Ousando a ser sonho,ousando a ser vontade e SENDO POTÊNCIA...numa realidade inóspita mas pronta para ser transformada.

sábado, 8 de junho de 2013

Luz


De tudo fez-se nada e o resto é a infinitude do tempo tecendo suas respostas.O gosto seco das ações sem movimento perdidas pelos descaminhos da razão e do medo.A interrupção invade o espaço como um raio e o desencontro carrega suas dores pela simplicidade do não ser.Nesse momento,o horizonte desafia nosso olhar pela sutileza imperceptível do sentir, ficando a certeza que não se é mais o mesmo.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Cartas

Acabei de assistir ao maravilhoso espetáculo "Cartas" que me emocionou bastante...pelo espetáculo em si, pelos atores,pela nossa amiga Lívia, pela direção e pela agradável companhia do grupo de amigos que estavam ali presentes para assistir.
E vim pra casa com varias reflexões sobre Cartas, e como estas são na verdade exercícios da comunicação.Escrever uma carta a si mesmo é poder exercitar o dialogo as varias facetas de nosso eu.Porem, ao escrevemos uma carta ao outro, embora pratiquemos o exercício da comunicação, não há garantias que essa seja compreendida na complexidade e na medida do que se pretende falar.Esbarramos nas resistências da linguagem, esbarramos na resistência de nosso corpo.Nossa matéria cria barreiras a uma comunicação genuína que somente seria plena em outro plano.Uma das cartas lidas brilhantemente por uma atriz fala sobre as mazelas da linguagem.Porem a nos mortais resta a inquietude de exercitar-se cotidianamente na pratica de chegar ao outro e na pratica de chegarmos a nos mesmos.Uma vez empreendida essa busca e atingido o encontro perfeito entre linguagem e existência , ainda assim a tão esperada comunicação não nos é garantida.Pois nem sempre temos no destinatário o estado de escuta para nossas vozes, ousaria dizer que normalmente isso não ocorre.Mas o que fazer diante desse muro intransponível de universos diferentes?Abdicar de tocar o chão do outro como quem pisa a própria casa?Ou diante ao cotidiano que nos desafia ,continuarmos a pratica da mediação?A consciência do permanente  risco da incomunicabilidade nos coloca em frente ao nada e  a desistência nos seduz.Mas o verdadeiro encontro se dá quando conseguimos o milagre da fala e a prontidão do ouvir.Numa coexistência que nos coloca na condição verdadeira de UM...seja amigos,irmãos,amantes,filhos...diante da  precisão magica de real entendimento.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Entrega

O teatro não passa desapercebido a nada.Quem ousa vive-lo, ousa primeiramente empreender uma longa viagem rumo a si a ao outro.Enquanto mediador de si e do mundo, o homem tece caminhos que cotidianamente desdobram-se no horizonte de sua própria vida, agora reinventada em cada possibilidade de ser...Sempre outro, sempre o mesmo.Dos diálogos, a inevitável beleza sensível de comunicar-se ora consigo, ora com o mundo, num recorte preciso de renascimento diário...E na loucura de artesão da própria historia, constrói espaços,  memorias, vivencias ,sensações e sonhos num caleidoscópio plural e compartilhado com todos aqueles que permitem olhar...Mas olhar requer coragem...ao sair das engrenagens dos dias de sempre,constituir-se novo não será uma escolha mas a possibilidade de respirar outra vez. Da fragilidade, a força da voz do ator preenche os mais inóspitos lugares e colore o ar com a grandiosidade infinita do tempo.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

...

O não é a antecipação tola de um possível talvez, perdido pelos caminhos dos passos firmes e dos sorrisos largos...de um medo descabido na fragilidade de não se encarar pertencente, a imprevisível tarefa de se reinventar no cotidiano plural do nós.A vivencia se reduz a consciência de se perder pela multidão sem rosto, e a duvida 
preenche os espaços com a sutileza de não se ousar transpor a realidade que insistentemente nos desafia a cada dia.Encerra na superfície a morada das respostas que poderiam retira-la do lugar sem movimento, sufocando a possibilidade de submergir por entre memorias, tempos paralelos e perspectivas longínquas uma nova realidade sensível.Esquece os símbolos vãos que nos levam aos mesmos lugares de sempre e reinventa-se na sutileza do sentir voz alem da mediação, movimento alem do corpo,vida alem da linguagem. Desnecessária aos que compartilham a difícil tarefa caótica de insistentemente buscar olhar.

Vida



Para além do corpo,
colorindo criança no chão poesia.
Canção...A voz de sempre,perdida em lugares não 
visitados, ganha forma,propõem espaços,preenche lugares  
e encerra pela melodia inquieta de sua fragilidade os 
corações daqueles que sem escolha simplesmente ouvem.
E ouvem,como os que revivem pelo compartilhar 
cotidiano sensível, as infinitas nuances do sentir...
Sentir forma, cor ,som ,imagem ,gesto ,toque...
Além das possibilidades do ser e contraditoriamente 
voltando a ser pela comoção do pulsar vida.
O tecer silencioso e particular faz uma pirueta
 e segue caoticamente o cotidiano 
que incessantemente se faz novo.


terça-feira, 23 de abril de 2013

Outro







Diante do inexplicável e da perplexidade do abismo simbólico que os distância, resta a inquietude  em entender e se debruçar cotidianamente no que resta do nada...O jardim secreto das memórias, dos cheiros e dos significados...Visitá-lo na quietude de pensamentos vãos, revive-lo com o zelo dos que sentem , reinterpreta-lo com a persistência dos que buscam e modifica-lo com a vivacidade dos que creem...Noutra instância,resta a lacuna vazia das estorias sem começo, o desritmado encontro sem desencontro, a premissa de não ser vida, encerrada pelo instante sensível e não partilhado do anoitecer....Na correria de ser outro...Na correria de ser outro começo, outro recomeço,outra estória...

sábado, 26 de janeiro de 2013

Temporal


Entender-se personagem no eterno vir a ser do eu,mesclado ao nos.

Sentimento maior,

imperativo na escolha de ser vivido, na escolha de ser outro, pelo

enquanto de ser eterno.

Entrego a ti a possibilidade de ser

caminho, a força de ser vida e a possibilidade de ser reencontro.

Nos descaminhos da incompreensão me acho na morada do infinito.

E do alto das certezas incertas a fé no nascer de cada

minuto.