sábado, 14 de setembro de 2019

Andar na mão de si. Ouvir a respiração do tempo.Tempo de pausar e
tempo de seguir. Seguir pra dentro de si. Útero mãe de nós.
Ouço sua voz na dança de contemplar tempo.Vento forte no semblante que pesa.Reza.Na tentativa de ouvir Deus,na tentativa de ouvir o silencio do mundo.Ouvir as estações do tempo antes do verbo.Aquieta-se no auto acolhimento, sentimento preso na garganta que irrita tempo.Vento forte que sopra pra longe. Longe de si, abismo do nós.Horizonte de sois separado pelas galaxias de medo.Distancia alem de si, pra fora da janela do eu, não há vista que permita ver.Sente, ouve no canto das origens, o silencio da gente.Sente. Não seja travessia além de si, acumulo de mundo, resíduo de bugigangas que obstruem vida em estado de luz. Não seja voz alem do silencio da alma que por ora quer ouvir-se. Escuta a criança que não foi.Seja o mesmo no tempo do instante. Na imaterialidade do real, diamante do agora.Ande, no ritmo do coração que limpa artérias, fluidos e memorias. Esvazia se de tudo que pesa. Ganhe espaço pra brincar com as nuvens, tocar o céu e fincar os pés na areia do seu eixo.Deixo. Deixo pra trás o peso de acertar. Quero experienciar! Quero tocar o mundo com olhos molhados e as mãos firmes. Na leveza de ser aprendiz.Atriz de si na invenção do mundo.Mundo feito de cheiros, espaço e ar. Mundo feito de danças, cantos e movimento. Mundo feito de encontros e desencontros. Mas acima de tudo de tempo que caminha junto, no compasso do silencio.