domingo, 21 de janeiro de 2024

Sol de setembro

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Sol de setembro 

E se essa noite, ousássemos,
assim como os jovens de 68, sonhar.
E se essa noite, fôssemos arrebatados pela paixão da utopia revolucionária e nos emocionássemos.
E se nos entregassemos a ficção da memória no êxtase de nossa história.

Na comunhão pela causa em romper convenções.
Num metaverso de aquário,
rasgando nosso imaginário.
Retomando as ruas da coragem
e as assembleias da subversão.
Resgatando a luta pela liberdade,
na experiência em ultrapassar os limites da razão.

Se doando por uma causa,
de corpo, alma e coração.
Olhando o outro,
não mais como um adversário.
Ele não foi sempre, nosso irmão?

Na comunidade da utopia.
Num convite a reviver toda essa magia.

É proibido proibir!
Deixar a vida passar.
É proibido proibir!
Não se importar.
É proibido proibir!
A história acabar.
É proibido proibir!
Esquecer de si e se exilar.

O anos 60 nunca vão terminar.
A era dos festivais acaba de começar.
Por entre guitarras elétricas e discussão.
Pelas músicas românticas, que falam ao coração.
Por entre esquerdas divididas,
pela nossa pátria ferida.

Aqui resiste um Brasil,
No imaginario de um povo que tem na música a sua identidade
No imaginario de um povo que tem na festa a sua mais alta representatividade.

Festivais,
muitos dias de festas por entre censuras e carnavais
Festivais,
quantos AIs suportaram os seus finais.

Não mais.
Nao mais.

Na democracia da canção,
seguimos numa só direção.
Vagando em versos chegamos aqui,
Junto a juventude que essa brisa canta.
Acreditando nas flores vencendo os canhões.
Por entre gente sofrida e pelas multidões.
Sem lenço e sem documento,
no nosso sol de setembro.
Nos vamos!
Na torcida da vida,
sermos livres,
mais uma vez!