quinta-feira, 30 de dezembro de 2010


O pulsar sem fim do mediar

A existencia no tempo da descoberta
A existencia no tempo do movimento
A existencia no tempo da consciencia

Dos mundos em mim
Pela voz se traduz a escolha
E pelos silencios na multidão
As respostas ganham contorno
Nas estradas que percorro

Não ha vestigios
Só memorias vãs
na ausencia do palpavel

Efemero,
em seu tempo inconsciente
Eterno,
em sua profundidade atemporal.

domingo, 28 de novembro de 2010

Seguir

Despretensiosamente...
A leveza necessária pra seguir

Despindo-se das varias faces
Sustento da sobrevivência comum
E das bagagens que dificultam nosso caminhar.

Tempo,imaterial grandeza
Palpável nas memórias e vivências

Como sintonizar-se em seu ritmo imprevisível?
E contemplar sua beleza sem lógica?

Se entregando na vertical vida dos não porquês
E sentindo o pulsar do agora sem medo
Como um movimento com voz e melodia
No entardecer de nossas vidas.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Obrigada



Como atravessar o vivido
nas esferas do ausente
e pelos cheiros da memória
Prosseguir só.

Como entrar em contato com a dor
Se esta mescla vida e morte
Na indivisível incompreensão da entrega

Pelas poesias do caminho
Ninho
Pela aridez da paisagem
Chão
Pela docura do eterno
Nós

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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Crônica_Just Friends_Filme 2005



Otima indicacao,
vale a pena ver...

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Just Friends

Excelente filme!!!!!!
Nos remete a uma atmosfera familiar,onde a fidelidade aos detalhes da epoca sao incriveis...fitas cassete gravadas,formaturas, fotos de papel e principalmente a possibilidade de comunicacao e relacao em um lugar comum diferente da web...A rua, a praca, ou o proprio quarto, criando uma atmosfera solida e anti-cibernetica.Mais confortavel e aconchegante. Recria o cotidiano do adolescente dos anos 90 e nos seduz com a simplicidade e a poesia dos mais corriqueiros habitos juvenis.Impossivel nao nos identificar!

Tem um poema do escritor Helio Pelegrino, que fala sobre algo que 'e bem explorado nesse filme, a relacao...pra Pelegrino uma das maiores grandezas de nossa existência reside no contato com o outro, a possibilidade de estabelecer esse contato, a possibilidade de se atrever a desvendar e decifrar a linguagem do outro e atraves do outro encontrar-se a si ,nosso universo particular, num exercicio diario de dialogo e de convivencia.E 'e atraves da convivencia de Chris e Jamie que o filme nos tranporta a essas questoes.Mas como entrar em terreno estranho sem a comunicação? Como se relacionar sem voz? E como estabelecer uma comunicação sem conflito,sem expor seus mais verdadeiros pensamentos ou impulsos, e mesmo assim manter uma convivencia harmoniosa?

Chris nessa promessa de convivencia, 'e remetido ao resgate de uma afetividade jamais vivenciada, a pureza de um sentimento limpo de interesses , confuso em sua grandeza, assustador em suas possibilidades,onde o consciente e o inconsciente somente buscavam uma so coisa, mante-la perto, por muito e muito tempo...E com medo dos riscos, com medo de sair de uma zona de conforto estavel,a amizade, que Cris prefere o silencio e nao se atreve a percorrer o que poderia ter sido um caminho diferente e muito mais coerente com o desenvolvimento de sua personalidade.

A GRANDEZA de Jamie em sua vida, gera o pior dos medos,o medo que paraliza,omedo que gera a fuga, a fuga de si mesmo.E a perda de algo que nao se tinha, de algo que nao se estabelecera, de algo que ficara em vestigios de memoria.A inseguranca da imaturidade, das pressoes sociais e da falta de autoconhecimento,onde valores comecam a serem esbocados e questionados...sao fatores que contribuem fortemente para sua fuga.

Porem,a vida, principalmente a possibilidade do contato com o outro passa pelo ponderavel e o imponderavel, encontros e desencontros , embora seja importante sermos agentes de nossa vida e trilharmos como autores de nossa propria vida um caminho sob nossa identidade , mesmo com as
dificuldades ...Os encontros e desencontros não dependem totalmente de nossa vontade...eles sao parte do inexplicavel...do acaso, da vontade divina e de
algo muito alem de nossa capacidade de interpreta-los...E sao nessas estradas da vida que Cris tem a possibilidade de retornar.Resgatando a si, num caledoscopio adormecido de vivencias...

Durante todo esse tempo, distante de si , Cris percebe-se construido e nao coerente, abastado e nao feliz, forte e nao sensivel...Pesa posicionamentos, reve-se na turbulhencia historica de sua propria vida, onde a palavra sentido ganha forca ...Acho que a maior identificação com Chris há justamente pelo temor a perda...ficando na zona de inercia, onde infelizmente nao há garantias para que nao nos machuquemos...e a vida nos mostra que o medo da dor gera a propria dor...

A dor é parte da vida, na entrega e na perda , na escolha e na nao escolha, no caminho e na fuga...E com folego Cris enxerga que a coragem e a ação mesmo na presenca do medo e nao na sua ausencia.E e com coragem que Cris possibilita a algo que seria inevitavel impedir...o desenrolar das engrenagens da vida...

Mas o dialogo, nem sempre é harmonioso, muito pelo contrário, a essencia de comunicar-se reside em primeiramente permitir-se conflitar e atrever-se a entrar em conflito nem sempre e algo que nos mova.A coragem 'e possibilidade de acao na presenca do medo e nao a sua ausencia.A voz vence o medo de perder aquilo que nunca se teve, a ilusoria zona de conforto e o entusiasmo não o impedem de seguir pra o inevitavel e temido encontro.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Futuro do Futuro

Pela pulsação do momento perdido
Como caminhar pelas origens
Que insistem no convite a seguir?

Pela pluralidade das vivencias
Convivências desvendando jardins
Secretos,perdidos escondidos

Pelas frestas do respirar
O rarefeito.
Feito de chuva
Nuvens de algodão
E moinhos de arte

Ora cabendo numa nota de vida
Ora se desfazendo por ai....

Cor


O vir a ser do amanhecer
Velado e guardado com o preciosismo
De uma descrença melancólica
Se põem no tear do dia de hoje...

Como atravessar o não vivido
E se despir do que não se foi?

A inexistência nos trai no tom
De uma melodia sem memória.
A imaginação compõe a cena
E a poeira corrói o futuro.
Perfumes e fitas coloridas
Confundem o ambiente
Me despeço de um mundo
Comum a todos que pulsam

Na margem dos que não foram
Es o mais belo poema incompleto
Sem fim pela incerteza de ser real.

E pelas frestas da realidade perdida
Já e amanha agora, e não me vejo aqui.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Nos

Na iminencia de mover-se
E pulsando no tempo irreal das estorias sem fim
Homem sem voz, o que tem a dizer?

Pelas circunstancias das verdades perdidas,
Nas frestas ineditas de caminhos que amanhecerao
Homem sem voz, o que fazes aqui?

Encontrando-se na certeza da incerteza silenciosa
Compartilhe sem medo, a comunhao do pao
E na docura de sua melodia velada
Grite a todos, que se importa

quarta-feira, 23 de junho de 2010

De que forma posso chegar ao outro...De que forma posso chegar a mim mesma?Como posso tocar o chão e o ar dentro das limitações de meu corpo?
Conhecer as varias línguas, as várias sílabas, as varias palavras, e explodi-las...e amplia-las e recolori-las de forma que não mais aprisionem o ar...O artigo indefino da mediação...O artigo definido da prisão...A possibilidade de bailar na imensidão...E cantar pra pluralidade das percepções...Percepções sem acões...Percepções sem visões...Sono sem sonhar...Viver sem acordar...Parar e pensar...Que o caminho estará lá...Sem ao menos caminhar...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tempo

“Descobrir-se artesão,num mundo de campeão
Sentir cotidianamente o pulsar do não.
Mergulhar nas profundezas da realidade
E submergir ser sozinho.
Numa linguagem sem voz o silencio
Abre as portas pro espetáculo diário.
E o essencial jamais é dito.”

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Canção

Que as veias abertas de nossos sonhos,
não sejam obstruidas pela realidade perdida
E que nossa sustentação não se dissipe
Com as notícias de ontem, nem com as modas do verão.

Caminhemos sobre pernas que suportem o mundo
E sintonizemos nossos ouvidos
Com as ondas de nossos mais profundos mares

Nos revoltemos com que reprima
aos movimentos de nossos corpos.
Enxergando as pedras que paralisam nossos passos

E que nesse caminho seja mantida
a ingenuidade dos que se alegram sem razão,
e a malicia dos que vem além.
Num equilibrio útopico,que cabe numa nota de Vida.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Amadores

O inédito invade o imprevisível como um raio
E a magia do agora predomina sempre
O palpável reside na ocupação existencial do tempo
E nunca estaremos prontos o bastante
Que abram as cortinas da vida
e nos permitam a leveza da imperfeição.
Que abram as cortinas da vida
e nos permitam o risco do conflito
Que abram as cortinas da vida
e não fechem as de nossos corações.

terça-feira, 23 de março de 2010

Vivos

Por que não ousa saber ?
Em conta gotas de realidade
A aridez de sua própria historia.
Por que não ousa tocar?
O momento que ainda possui
e cabe em suas próprias mãos
Por que não ousa olhar?
O muro oculto além do horizonte.
Arriscando-se a ocupar o nada.
Vendo com olhos que pertencem
Sentindo com mãos que transforma.
A brisa leve do dia que nasce.

sábado, 13 de março de 2010

Aqui

Ser,
presente do instante,
dispensando pensamentos
atuando na pura essência
Do estar distraidamente ar...
Aberto a tocar o espaço além
Permitir-se arriscar
Na imagem do que se faz
Poesia na firmeza do olhar
Leve para caminhar
Direção que se traduz
Composto na matéria
De arroz,feijão e voz
Se sujar e com as mãos
Moldar a grandeza de estar
Distraidamente ar...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Terra e Mar

Descobrir-se aridez,
Olhar o tudo, entender o tudo...
Tocar o momento com mãos que vêem
Experimentar com alma que transforma
A gente no tempo,agente de seu tempo...
Que a ilusão da completude perdida
Movimente nossos mares
E a certeza do caminhar coerente
traga a paz que tanto almejamos.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Caminho

Que a certeza do transitório
Onde tudo passa,tudo passará
No mova a tocar o momento.

Mergulhando no impalpavel
Eternizando-se nas vivências
Ampliando-se nas possibilidades

Que o medo confortante
Não nos paralise na incoêrencia comum
E que desencontros na imensidão tempo
Não destrua a beleza do eterno caminhar.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Fome

Comunicação é respiração da alma
Expressão liberdade do espirito
Ate quando viveremos enclausurados
e sem ar?
Na falta de vida de nosso dia a dia
Através de um dialogo sem voz
Nos transformamos em seres castrados
e sem memória.
A grandeza tempo perde sua unidade.
Não há mais espaço para o exercício do pensar
E a possibilidade do sentir
A vivência das relações
cede lugar aos muros do isolamento
A criatividade dos passos de dança
ao endurecimento dos músculos sem propósito
a poesia melodica em ruídos sem harmonia
o prazer pelas coisas simples
a um auto aprisionamento
que vislumbra uma felicidade comprada.
Nos distanciamos de nos mesmos
e de nossas necessidades vitais
para estarmos inseridos num mundo
funcionalista e sem cor.
A acidez da realidade,
e a falta de liberdade para nossas ações
nos deixam perplexos
e nem sempre é permitido
dar asas as nossas dores.
Mas ainda resta em nosso imaginário
algo remanescente que diz:
-Além do horizonte existe um lugar
bonito e tranquilo pra gente se amar...
Resignados,continuamos seguindo em frente
preocupados em não ficarmos a margem
de nosso cotidiano espetacular.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Respirar

O essêncial se dá
Entre o eu e o você
Na esfera publica
De nuvens de algodão
O ar é um meio
de um caminho sem volta
Onde mãos se reconhecem
E palavras dançam
Novas melodias
Nesse caminho não há estradas
Somente o concreto pisar
De nossos pés
Que desenham vestígios
De um hoje que sempre será
Eterno em seu movimento.