sábado, 7 de novembro de 2015

Verdade


Pelos caminhos que antecedem o essencial, em desconhecidas camadas do sentir, no amanhecer da gente, pela sincronia do desejo e vontade, na cumplicidade do encontro, tocando o território da verdade, ali...bem ali existe o eu. Eu indiscutivelmente feito de nós.
Eu que se turva em projeções equivocadas da razão comum. Eu que se mescla a ocupações ,instituições, rótulos e cargos que definitivamente não o representam. Eu perdido nos caminhos sinuosos das superfícies rasas em parafernalhas equivocadas do sobreviver. Eu sufocados por máscaras que não servem para nossos rostos. Eu limitado a definições.
Eu ávido por movimento e verdade.
Dos mundos em mim , a escolha do sentir. Pés descalços tocando o chão de sua casa no exercício diário de respirar vida. Dos mundos em nós, infinitude de lugares nos convidam a ouvir o silencio sufocado pelas vozes estridentes de nosso tempo.
 Até quando passaremos desapercebidos a tudo?
O tempo perde sua capa taciturna a medida que caminhemos na direção de nossas vozes e ousamos tocar  o cotidiano com a força sensível da verdade. Mas pela imaterialidade do real, na narrativa lúdica de feijão, arroz e poesia, pelas frestas do afeto, a vida initerruptamente nos convida a dançar.A agradável e nova melodia da canção de sempre.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Assim como o artista, o professor ocupa o palco descentralizado na construção do nós.. somos ator e plateia, fala e escuta, dor e alegria.Somos frágeis ao sensibilizarmos com o dia a dia de sempre e fortes por ainda nos permitirmos sermos sensíveis a tudo.A educação publica se mescla ao social vivo fora dos muros que oculta o real.Estamos no mediar do caos e buscamos cotidianamente contemplar a utopia que a realidade insistentemente tentar nos ofuscar.Da arte a possibilidade ...de transpor os caminhos possíveis.Do cansaço a inevitável culpa em não se reinventar,a cada instante,cotidiano de ilusões colorindo salas escuras.Da fé, a esperança na dignidade do oficio. Não somos operários na repetição de conhecimento. Somos artesãos no estruturar mediações de aprendizagens.No processo, somos matérias vivas, precisando constantemente de reinvenção na correria sem tempo dos sinais de sempre. Do tempo da criação somos esquecidos na matriz operacional do produzir.Mas nossa produção vai além de pilhas e pilhas de números.Nossa produção perpassa as engranagens sutis de uma nova existência possível. Nossa produção requer investimento e continuidade. Nossa produção necessita de uma sociedade que olhe menos o eu e vislumbre o nós.Nossa produção quer a valorização do desenvolvimento do homem sempre.Da consciência, a luta por um trabalho digno. Do sonho,a transformação. Do amor, o encontro.
Feliz Dia dos Professores!!!!

sábado, 27 de junho de 2015



 
É porque o ser humano há tempos distancia-se da prática de ser humano.Esquece sua condição de  complexo e sobrevive na engrenagem espetacular dos dias de sempre. Somos sensíveis a tudo.Somos  frágeis e nos reinventamos como reação ao desentendimento. Somos incomunicabilidade e descaso. Preguiça e medo.E nem sompre somos coerentes com quem verdadeiramente somos ou um dia poderíamos vir a ser.Nosso tempo é sem tempo.Afinal,quem somos?Para ondem vamos?O que nos faz pulsar?Nossa crosta de personagem pesa e a leveza necessária para submergir é subtraída pela necessidade de nos mantermos vivos.Não nos afastemos do essencial.Precisamos parar.Precisamos olhar.Precisamos ver.Precisamos dialogar.Precisamos pensar.Precisamos criticar.Precisamos olhar o outro como parte de nós.Precisamos amar!Que exercitemos sempre a pratica de ser humano com a luta diária pelo espaço de existir dignamente.O exercício da vida vai além do roteiro de vida de nosso tempo.Que enxerguemos além das engrenagens e possamos ver o não dito, o vazio, o espaço a ser verdadeiramente ocupado.E que possamos ouvir as nossas vozes e as outras também. Que possamos ouvir Deus. Que o espaço pela luta do homem para o homem cresça, que sejamos agentes de nosso tempo e lugar. Que outras lutas venham!!!Que amor seja praticado verdadeiramente!!!

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Dar nome a alguma coisa é a vontade de controlar e dominar o processo, como se a palavra materializasse com sua concretude a vida dos acontecimentos...Acontece que não controlamos nem dominamos nada, o processo é fluido e a construção não tem limites...vivemos desconhecendo nossas potencialidades e seguir frente ao infinito é compartilhar o céu e viver o impossível...
Vamos?

segunda-feira, 9 de março de 2015

Sem fim


 "...o tempo do preenchimento pós encontro,com seus desdobramentos e precisão de verdade que sacia.Não seria o amor o pós encontro da paixão,não seria o amor a paixão prolongada pelo tempo, pelo trabalho e pela fé.Nas sucessões de encontros de eternos eus e nós que renascem diariamente,o que seria mais sedutor que o inédito nas possibilidades da vida?Mas não seria a reafirmação do encontrar-se novo, e mesmo assim encontrar a si e ao outro, o verdadeiro milagre diário do conviver euforia?O  presente renovado é encontro sempre. Definitivamente o pós encontro não existe.Alegremente jamais seremos os mesmos..."

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

 
Mais do mesmo,
de vez em quando
atravesso a fina membrana
das paredes de nos.
Feito de eu, mim, passarinhos e borboletas.
Mobiles coloridos na dança do ver
imensidão de caminhos novos
em suas curvas, subidas, descidas e encostas.
Outra vez ouço a palavra do silencio
ritmada com o pulsar de ser inteiro
nos renascimentos diários
de fragmentos a serem descobertos.
Longe das expectativas do sem fim
encontro o reencontro a poesia
no espaço vazio de infinitas cores
e na construção diária
 do compartilhar céu.