sábado, 7 de novembro de 2015

Verdade


Pelos caminhos que antecedem o essencial, em desconhecidas camadas do sentir, no amanhecer da gente, pela sincronia do desejo e vontade, na cumplicidade do encontro, tocando o território da verdade, ali...bem ali existe o eu. Eu indiscutivelmente feito de nós.
Eu que se turva em projeções equivocadas da razão comum. Eu que se mescla a ocupações ,instituições, rótulos e cargos que definitivamente não o representam. Eu perdido nos caminhos sinuosos das superfícies rasas em parafernalhas equivocadas do sobreviver. Eu sufocados por máscaras que não servem para nossos rostos. Eu limitado a definições.
Eu ávido por movimento e verdade.
Dos mundos em mim , a escolha do sentir. Pés descalços tocando o chão de sua casa no exercício diário de respirar vida. Dos mundos em nós, infinitude de lugares nos convidam a ouvir o silencio sufocado pelas vozes estridentes de nosso tempo.
 Até quando passaremos desapercebidos a tudo?
O tempo perde sua capa taciturna a medida que caminhemos na direção de nossas vozes e ousamos tocar  o cotidiano com a força sensível da verdade. Mas pela imaterialidade do real, na narrativa lúdica de feijão, arroz e poesia, pelas frestas do afeto, a vida initerruptamente nos convida a dançar.A agradável e nova melodia da canção de sempre.