O tecer pela manhã as vezes nos ofusca a visão.
O tear fia os feixes luminosos que vão aquecendo a pele.
O tear preenche o coração.
O tear nos ensina a confiarmos na luz que nos faz ver além.
É preciso continuar o trabalho de mergulhar nas estacoes de si.
As vezes é verão na alma, as vezes as folhas caem e baguncam nossos jardins de cimento.
É preciso continuar o trabalho de balançar nos interstícios do nós.
É preciso continuar o trabalho de balançar nos interstícios do nós.
Sem medo de se perder no movimento do encontro das mãos.
No ar rarefeito de trapézio e suor.
É preciso continuar a sentir o sol.
Sentir a vida em estado de eterno criar.
Pois cria- se nos desdobramentos de si que se espalham em palavras, imagens, movimentos, sons e cores.
É preciso continuar a sentir o sol.
É preciso continuar a sentir o sol depois do eclipse.
É preciso ressignificar o sol.
É preciso ressignificar o sol.
Sentir a vida em estado de eterno criar.
Cria- se na vida que se expande para além de si na pulsão de amor que não se mede.
Cria-se na escuta do mundo.
Cria-se no risco de se perder e se achar na loucura de um caminho de afeto e comunhão.
Cria-se no meio.
No agora.
Na voz.
No amor de reinvenção e canção.
Cria se no invisível.
É só olhar de novo
É só olhar de novo