segunda-feira, 20 de março de 2023

Lua Negra


       Há um vigia interno que nos espreita, a qualquer sinal de ultrapassagem somos detidos.O roteiro pré-estabelecido do sacrifício nos eleva e tudo que não tenha a densidade de uma renúncia não merece ser nomeado.A lista de tudo que não merece nome é imensa, em sua não palavra a falta de contorno se expande em sua condição libertaria de subversão,o não nomeado aguarda sua vida a margem.

Mas não seria a margem o lugar sagrado da inclusão?

     Estaria a margem tudo que opta pela rebeldia de sentir. Para além da razão, a sensação de trilhar o inédito, no ilimitado ato de imaginar.Imagino o que não se espera e espero pelo que não tem nome.A felicidade a encara feito um desconhecido, e por não ser catalogado é descartado como pães adormecidos que se esfarelam no dia seguinte.Definitivamente não fomos ensinados a sermos felizes, não, definitivamente não fomos autorizados a sermos felizes. Seguimos na credulidade do controle da vida. O vigia adormece em paz.

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