terça-feira, 29 de dezembro de 2020

2020


O vórtice é o tempo hoje

Ele nos puxa para o fluxo

O fluxo intangível da vida.

Em estado de reinvenção cotidiana,
não há resistência que sobreviva
a dimensão suspensa e rotatória
daquele construído na aceleração.
Aceleração produtiva do vazio
Que transborda nas expectativas
de ter tudo que o atravessa

Mente que corre, corpo que fica
Nas correntezas  dos nós, na pausa do mundo.
Nos, que vive pelas cordas da utopia.
Do inteligir corpo, do inteligir tempo.
Do precisar afeto.

É pelo corpo e pelo tempo.
No exercício da aferição com a terra
Nas escolhas de presentificação do real,
em escavações da memória,
pelas estrelas que duram a eternidade do instante.
Que resistimos a fragmentação.
De dentro e de fora
Na conexão de si,
tentativa de alcance ao outro,
comunicação com o mundo.

Mundo que se expande a medida que olhamos pra dentro.
Nas galáxias adormecidas pelo medo,
em territórios férteis a serem ocupados,  
escalas a espera da música da vida.
No equilíbrio de si, gangorra do nós.
No ponto de saturação que tange ao coração.
Em silêncio e multidão.
No discorrer do núcleo a expansão.
Ponto preciso de escuta e expressão

Reintegrados a vida.

Seguimos
Resistindo,
reexistentes.
Inteiros,
atravessamos o vórtice.

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