As mãos se entrelaçam
As mãos se entrelaçam para que a vida não se perca no tempo.O fluxo é interrompido na aceleração do mundoO feminino se cala diante a história.O feminino se cala para que nasça uma nova história.Essa se povoa de heróinas.Nossas mães, nossas avós, nossas tias e vizinhas.Cortam na carne o feminino silenciado.
Ocupam ruas, vielas e estradas.
São outras, são as mesmas.São a possibilidade de outra realidade.São a liberdade no recorte de tempo.São pais em pele de mães.São anciãs.Na inquietude da busca que não cessa.Na interrupção, a revolução.A aridez é o discorrer do processoÉ o verbo inconcluso.É o sacrifício de outra instância.É a possibilidade da integridade de todas.Porque sempre fomos uma.Na abundância e na faltaPorque sempre fomos umaNa dor e na alegriaPorque sempre fomos umaNo renascer profundo do reencontro.No fluxo do feminino restabelecidoNos olhamos em silêncio.Passado e presente.
Promessa de futuro.Reconectando vida em estado de graça.