sexta-feira, 19 de março de 2021

Quem somos nós?

Porque o não ,

o não é a antecipação tola de um possível talvez, 

num medo descabido em não se encarar pertencente

a imprevisível tarefa de reinventar-se no cotidiano plural do nós.

 A vivência se reduz a consciência
 em perder-se na multidão sem rosto
 e a dúvida  preenche os espaços 
com a sutileza de não ousar transpor 
a realidade que insistentemente nos desafia.

Até que ponto a fragilidade nos distância?

Até que ponto a fragilidade faz com que 
esqueçamos signos, símbolos e significados,
perdidos em arquivos de memórias sem registros.

Por que somos camadas, texturas, silêncios, intensidade e ar. 
Mas acima de tudo constante expansão no vir a ser de sempre. 
Expansão de ar que preenche vida em estado de histórias.
E esvazia na utópica tentativa de encontrar tudo aquilo que venha fazer sentido.


O que te faz pulsar no amanhecer de suas incertezas? 
O que te faz sentir na medida exata do que se é?

Por que ser é premissa, bênção inegociável 
no fluxo da reinvenção dos dias e das noites. 
Somos únicos na travessia do rio dos afetos, 
Ao distanciarmos lentamente da margem de projeções do mundo. 
Mundo feito de  Joãos, Josés, Anas e Marias 
na busca pelo equilíbrio de mediar tempo
 que escuta a voz da identidade.

Quem é você no jogo do tempo?

Porque não há unidade para gente.
Não há grandeza que catalogue, limite ou enquadre 
o milagre de ser .
Sintonizado na respiração compartilhada de vida 
que se constrói na relação livre de ser outro e o mesmo
 na esteira inédita do instante.

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