quinta-feira, 30 de maio de 2013

Cartas

Acabei de assistir ao maravilhoso espetáculo "Cartas" que me emocionou bastante...pelo espetáculo em si, pelos atores,pela nossa amiga Lívia, pela direção e pela agradável companhia do grupo de amigos que estavam ali presentes para assistir.
E vim pra casa com varias reflexões sobre Cartas, e como estas são na verdade exercícios da comunicação.Escrever uma carta a si mesmo é poder exercitar o dialogo as varias facetas de nosso eu.Porem, ao escrevemos uma carta ao outro, embora pratiquemos o exercício da comunicação, não há garantias que essa seja compreendida na complexidade e na medida do que se pretende falar.Esbarramos nas resistências da linguagem, esbarramos na resistência de nosso corpo.Nossa matéria cria barreiras a uma comunicação genuína que somente seria plena em outro plano.Uma das cartas lidas brilhantemente por uma atriz fala sobre as mazelas da linguagem.Porem a nos mortais resta a inquietude de exercitar-se cotidianamente na pratica de chegar ao outro e na pratica de chegarmos a nos mesmos.Uma vez empreendida essa busca e atingido o encontro perfeito entre linguagem e existência , ainda assim a tão esperada comunicação não nos é garantida.Pois nem sempre temos no destinatário o estado de escuta para nossas vozes, ousaria dizer que normalmente isso não ocorre.Mas o que fazer diante desse muro intransponível de universos diferentes?Abdicar de tocar o chão do outro como quem pisa a própria casa?Ou diante ao cotidiano que nos desafia ,continuarmos a pratica da mediação?A consciência do permanente  risco da incomunicabilidade nos coloca em frente ao nada e  a desistência nos seduz.Mas o verdadeiro encontro se dá quando conseguimos o milagre da fala e a prontidão do ouvir.Numa coexistência que nos coloca na condição verdadeira de UM...seja amigos,irmãos,amantes,filhos...diante da  precisão magica de real entendimento.

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