Acabei de assistir ao maravilhoso espetáculo "Cartas" que me emocionou bastante...pelo espetáculo em si, pelos atores,pela nossa amiga Lívia, pela direção e pela agradável companhia do grupo de amigos que estavam ali presentes para assistir.
E vim pra casa com varias reflexões sobre Cartas, e como estas são na verdade exercícios da comunicação.Escrever uma carta a si mesmo é poder exercitar o dialogo as varias facetas de nosso eu.Porem, ao escrevemos uma carta ao outro, embora pratiquemos o exercício da comunicação, não há garantias que essa seja compreendida na complexidade e na medida do que se pretende falar.Esbarramos nas resistências da linguagem, esbarramos na resistência de nosso corpo.Nossa matéria cria barreiras a uma comunicação genuína que somente seria plena em outro plano.Uma das cartas lidas brilhantemente por uma atriz fala sobre as mazelas da linguagem.Porem a nos mortais resta a inquietude de exercitar-se cotidianamente na pratica de chegar ao outro e na pratica de chegarmos a nos mesmos.Uma vez empreendida essa busca e atingido o encontro perfeito entre linguagem e existência , ainda assim a tão esperada comunicação não nos é garantida.Pois nem sempre temos no destinatário o estado de escuta para nossas vozes, ousaria dizer que normalmente isso não ocorre.Mas o que fazer diante desse muro intransponível de universos diferentes?Abdicar de tocar o chão do outro como quem pisa a própria casa?Ou diante ao cotidiano que nos desafia ,continuarmos a pratica da mediação?A consciência do permanente risco da incomunicabilidade nos coloca em frente ao nada e a desistência nos seduz.Mas o verdadeiro encontro se dá quando conseguimos o milagre da fala e a prontidão do ouvir.Numa coexistência que nos coloca na condição verdadeira de UM...seja amigos,irmãos,amantes,filhos...diante da precisão magica de real entendimento.
quinta-feira, 30 de maio de 2013
segunda-feira, 27 de maio de 2013
Entrega
O teatro não passa desapercebido a nada.Quem ousa vive-lo, ousa primeiramente empreender uma longa viagem rumo a si a ao outro.Enquanto mediador de si e do mundo, o homem tece caminhos que cotidianamente desdobram-se no horizonte de sua própria vida, agora reinventada em cada possibilidade de ser...Sempre outro, sempre o mesmo.Dos diálogos, a inevitável beleza sensível de comunicar-se ora consigo, ora com o mundo, num recorte preciso de renascimento diário...E na loucura de artesão da própria historia, constrói espaços, memorias, vivencias ,sensações e sonhos num caleidoscópio plural e compartilhado com todos aqueles que permitem olhar...Mas olhar requer coragem...ao sair das engrenagens dos dias de sempre,constituir-se novo não será uma escolha mas a possibilidade de respirar outra vez. Da fragilidade, a força da voz do ator preenche os mais inóspitos lugares e colore o ar com a grandiosidade infinita do tempo.
quarta-feira, 15 de maio de 2013
...
O não é a antecipação tola de um possível talvez, perdido pelos caminhos dos passos firmes e dos sorrisos largos...de um medo descabido na fragilidade de não se encarar pertencente, a imprevisível tarefa de se reinventar no cotidiano plural do nós.A vivencia se reduz a consciência de se perder pela multidão sem rosto, e a duvida
preenche os espaços com a sutileza de não se ousar transpor a realidade que insistentemente nos desafia a cada dia.Encerra na superfície a morada das respostas que poderiam retira-la do lugar sem movimento, sufocando a possibilidade de submergir por entre memorias, tempos paralelos e perspectivas longínquas uma nova realidade sensível.Esquece os símbolos vãos que nos levam aos mesmos lugares de sempre e reinventa-se na sutileza do sentir voz alem da mediação, movimento alem do corpo,vida alem da linguagem. Desnecessária aos que compartilham a difícil tarefa caótica de insistentemente buscar olhar.
preenche os espaços com a sutileza de não se ousar transpor a realidade que insistentemente nos desafia a cada dia.Encerra na superfície a morada das respostas que poderiam retira-la do lugar sem movimento, sufocando a possibilidade de submergir por entre memorias, tempos paralelos e perspectivas longínquas uma nova realidade sensível.Esquece os símbolos vãos que nos levam aos mesmos lugares de sempre e reinventa-se na sutileza do sentir voz alem da mediação, movimento alem do corpo,vida alem da linguagem. Desnecessária aos que compartilham a difícil tarefa caótica de insistentemente buscar olhar.
Vida
Para além do corpo,
colorindo criança no chão poesia.
colorindo criança no chão poesia.
Canção...A voz de sempre,perdida em lugares não
visitados, ganha forma,propõem espaços,preenche lugares
visitados, ganha forma,propõem espaços,preenche lugares
e encerra pela melodia inquieta de sua fragilidade os
corações daqueles que sem escolha simplesmente ouvem.
E ouvem,como os que revivem pelo compartilhar
cotidiano sensível, as infinitas nuances do sentir...
cotidiano sensível, as infinitas nuances do sentir...
Sentir forma, cor ,som ,imagem ,gesto ,toque...
Além das possibilidades do ser e contraditoriamente
voltando a ser pela comoção do pulsar vida.
voltando a ser pela comoção do pulsar vida.
O tecer silencioso e particular faz uma pirueta
e segue caoticamente o cotidiano
e segue caoticamente o cotidiano
que incessantemente se faz novo.
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