terça-feira, 2 de junho de 2020

Porque o lugar do nós é o palco da linguagem.
No ar rarefeito de bugigangas que ofuscam o que se é, somos o vir a ser dos contatos permitidos pela coragem de transpor o medo de ser medida além do que se espera. Por que somos no meio.
Existimos plenamente na relação consigo e com mundo.
Somos membrana no fluxo do instante. Somos vida desatando nos de tudo tenha tido nos afetado.
Somos memória no emaranhado do medo de não sentir dor.
Mas a dor é premissa da vida.
Corpo que se estende na tarefa de resistir ao tempo.
Tempo de pausar e tempo de seguir.
Tempo de esperar e tempo de sentir.
Tempo de falar e tempo de ouvir.
Música na escala da existência da harmonia de nossas vozes presas na garganta da expressão. Somos canção que ocupa os espaços que nos cerca na intenção de tocar o outro. Outro feito de mundo, outro feito de nós. Escuto a tua voz a medida que me entrego a dança da vida, sempre outra na esteira da eternidade. Somos verdade esperando o momento de nascer mais uma vez.

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