Porque perdoar alguém é antes de tudo perdoar a si. Aceitar os caminhos errantes de um instante de distração ou euforia. Um caminho de suspensão de vigília da alma na defesa em não se permitir errar. Erre! Erre uma, duas , três, ou quantas vezes forem necessárias as práticas do constituir-se humanamente aprendiz. Aprendiz de si na entrega ao espaço caótico de leitura do outro. Leitura que não tem semântica que de conta da infinitude de sentidos, vozes e rimas pelo desritmado coração aflito de chegar ao fundo do nós. Não tem fim.Tem fluxo de águas, partículas de areia que cega a visão e resseca a boca. Que emudece os sentidos e paralisa as direções.Não tem fim que permita alongar as pontas dos pés no chão que se constroi a medida que irrompe pele na dor de ser o que ainda não se vê.Nao é preciso ver. É preciso olhar o movimento que mantém vivo o equilibrio de dentro e de fora. A chama da roda da vida que cai, levanta, caminha, respira, sonha, ri e chora. São mosaicos de emoções que constituem as ações de ser um novo experienciar, errante na partitura do sonho que se sonha acordado. Mais vivo no eixo intuitivo de todas que estiveram aqui.No alto de nós, sóis, que reaparecem no horizonte do amanhecer um.
terça-feira, 18 de agosto de 2020
sábado, 15 de agosto de 2020
Onde andam meus pés?
Meus pés pisam em nuvens.
De algodão, feijão e poesia.
São pés ancorados em estruturas de água
Que percorrem o tempo dos afetos,
das memórias, dos silêncios e da pulsão.
Que andam na utopia do amanhecer sol.
Que cria e aquece pele.
Que media a essência do nós.
Mas também são pés,
Por ora cansados,
sedentos por terra úmida
e capim vivo.
Pés que pisam no meio sagrado da gente.
Que sentem os ruídos finos
de tudo que venha aguçar
a escuta do coração atento.
Que transborda amor
Em condição de vida
Sem espera de chegada
Na pausa do mundo
Na eternidade da alma
Que flui no desatar de nos, magoas e ressentimentos.
Que vibra linguagem no leito da vida.
Na prontidão da emoção
que cria pontes
e religa palavras
na tentativa de dizer o indizível.
São pés.
Vivos.
Aterrados a poética do instante.
terça-feira, 4 de agosto de 2020
Gratidão
E da pausa se faz causos.
E dos causos se abre o coração.
Pra tudo que realmente importa.
E o que importa na correria do capital de giros e piruetas?
O que importa na cosmologia de nosso ecossistema de passado, presente e futuro?
O que importa de si para sua versão atualizada do momento?
Das cartas ao tempo,
me alongo na tentativa de alcancar a que voa pra longe.
É dificil alongar, esticar os braços no vácuo do silêncio e resgata-la pro agora.
A palma, o gesto, o tempo de falar.
E a vida se abre na imensidão da voz.
Voz que fala com amorosidade,
Que tece com arte
Rarefeito de sentido,
Da relação de existir criança.
Espontaneidade lúdica
A si, o tempo, o lugar.
Exceto nos momentos da gente.
Sente
Sente a alegria para além da mente.
Ressignificando toda a emoção.
Na beleza de ser gratidão.