Meus pés pisam em nuvens.
De algodão, feijão e poesia.
São pés ancorados em estruturas de água
Que percorrem o tempo dos afetos,
das memórias, dos silêncios e da pulsão.
Que andam na utopia do amanhecer sol.
Que cria e aquece pele.
Que media a essência do nós.
Mas também são pés,
Por ora cansados,
sedentos por terra úmida
e capim vivo.
Pés que pisam no meio sagrado da gente.
Que sentem os ruídos finos
de tudo que venha aguçar
a escuta do coração atento.
Que transborda amor
Em condição de vida
Sem espera de chegada
Na pausa do mundo
Na eternidade da alma
Que flui no desatar de nos, magoas e ressentimentos.
Que vibra linguagem no leito da vida.
Na prontidão da emoção
que cria pontes
e religa palavras
na tentativa de dizer o indizível.
São pés.
Vivos.
Aterrados a poética do instante.
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