terça-feira, 15 de setembro de 2020

Poeta

 O arco é o meio

Ar rarefeito de sopro
Sopro de vida; sagrado.

O arco é o sustento invisível.
O nós em estado de liberdade.
Liberdade construída no corpo,
cólera na origem da falta.
Falta que movimenta rios,
que muda cursos e se faz
leito que desagua linguagem.

O leito da linguagem é o milagre da vida

Palavra habitante dos rios em curso
Água que irriga, água que negocia
Com a ira e dela faz morada
Mora no interstício da gente
E quando cala
É do leito colera,
estado de origem matriz,
que experiencia habitar no invisível
Essencial do chamar a ser

De novo inteiro, em condição primeira
De limite,de fio d'água, de irromper
Que irriga nascente da palavra
Que se mescla a vida,
Não, que é própria vida.

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