quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Mar

 


É  pelo movimento das águas profundas, no exercício do mergulhar, na fusão de almas, no encontro de corpos, na morte cotidiana,na reinvenção do amanhecer de todos os dias, na dor da consciência, na voz sem som, no silêncio compartilhado, no entŕe sem espaço para ruídos, na fluidez que negocia com o tempo, na força que irrompe muros, na vida que te quero fogo, na palavra que penetra sentidos, na intensidade que ultrapassa entrega.
Não, não há entrega, há pulsão na verdade de existir potência.
Há mergulho nos mundos, há presença no infinito sem origem, há instante eternizado nas águas doces do olhar.

Pq aqui nada é superfície.

Aqui há vales e ondulações que levam ao tempo do sentir. 
Aqui há caminhos em construção nas trilhas das nuvens da memória. 

Sombra e luz.
Grave e Agudo.
Yin e Yang.

Silêncio na escuta do vibrar palavras que adormecem no leito não mais regido pelo medo.

Há lugares retomados pela cura.
Jardins em processo de reflorestamento.
Afeto que ultrapassa o fim.
Corpo para além das orientações de dia e noite.
 
Não há rotações,nem medidas. 
Não há espaço nomeado no controle vão de saber. 
Pq não se sabe.Não se sabe medida exata do tempo no horizonte do sentimento.
Pelas águas escorre a vida na imensidão de ousar ser força que ocupa ruas, transborda rios e preenche lugares reinventados no momento de não ser.
Não se é na continuidade da margem do eu.
Mas sempre se foi na escuta atenta de si. 

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